quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quebra-Mar Natural


Quando a gente viaja e vê coisas fora do comum, que impressionam de verdade, a convicção imediata é "CLARO que não vou esquecer disso!". Mas o tempo passa, os detalhes somem e a gente esquece. A viagem ao Rio Grande do Norte que deu origem a este blog aconteceu há quase um ano atrás, e os detalhes - tipo o nome exato da praia de cada foto - sinceramente, se foram. Pesquisei na internet, olhei outras fotos, blogs e mapas e, a partir deles, poderia dizer "essa foto é daqui" e "essa outra é de lá", mas não seriam minhas honestas lembranças. Portanto, o que vai aqui é, por assim dizer, o conjunto da obra: o inesperado e fantástico quebra-mar natural que protege praticamente todo o litoral do Rio Grande do Norte!
A foto acima foi tirada em uma das praias do Sul, onde se pode ver muito bem a linha preta no mar. São rochas perfeitamente alinhadas que parecem ter sido colocadas lá para proteger a praia. A violência maior da água fica toda retida do lado de lá!
Começando pelo "lado de baixo" do mapa, esta foto foi tirada na divisa entre Rio Grande do Norte e Paraíba.
Este "S" preguiçoso não são lagoas, é o rio que desemboca muito sossegado no mar, protegido pela linha de rochas. Resultado, não há briga entre rio e mar e, pouco acima, existe uma bela área de mangue. Sem o quebra-mar, isso não seria possível. 


Mais acima, na região das falésias, os arrecifes desaparecem, e as pedras negras aparecem na base paredões que limitam as praias, ou em águas bem rasas. Nesses locais, parecem esfareladas e quebradas, incapazes de formar o quebra-mar. As fotos abaixo foram tiradas de cima das falésias.





Continuando a subida pelo mapa, vêm Tibau e a Praia do Madeiro, que são praias de mar aberto, com as rochas na praia, sem os arrecifes. É só mar esverdeado, praia vazia e ondas branquinhas...
Já estou morrendo de saudades, essa é que é a verdade!


Prosseguindo pela costa, passamos pela praia de Camurupim, onde os arrecifes assumem de vez sua função de conter a violência das ondas. 
Nessa sequência de fotos, estamos cada vez mais perto do arrecife, que aqui "seca" a praia que está além dele. Se a maré ficar bem alta, toda esta área inunda. Na última foto, já estou em cima do quebra-mar.






Nas fotos seguintes, o mar além das pedras. Repare na força da água e no tamanhico das pessoas!
(Pessoas = pequenos pontinhos na primeira foto!)


Quando decidi fazer esta postagem, pesquisei tanto na internet quanto em livros alguma coisa sobre estes arrecifes, pensando que iria ser muito fácil encontrar informações. Grande engano! Os arrecifes são mencionados em muitos pontos, mas não são explicados em nenhum. Estava curiosa para saber (e pretendia incluir no blog) que tipo de rochas eram estas, que idade tinham, como foram parar aí nesta disposição tão conveniente para as praias, ou seja, informações mais técnicas, mas nem por isso menos interessantes. Para minha grande surpresa, não encontrei NADA! E foram horas e horas procurando... Pretendia ter encontrado ao menos um mapa para ver a extensão dessas rochas. Que nada! Encontrei alguma coisa sobre recifes de coral que existem mais ao Norte, mas muito aquém do que esperava. Tradução, uma maravilha destas se estendendo por quilômetros e quilômetros de litoral, e ninguém se dedica, estuda, documenta... Uma pena que eu more no outro extremo do país, ou ia ao menos documentar estes arrecifes como eles merecem!


Aliás, só para mostrar o quanto gostei deste quebra-mar natural, a foto que escolhi para o meu perfil foi tirada em cima dele, com o mar ao fundo!


E, pra finalizar, um vídeo que fizemos em cima do arrecife! Aí está o link:
http://www.youtube.com/watch?v=XQ5HM9RPbww









sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

De Tibau às dunas de Genipabu





Este passeio foi num dos nossos últimos dias de férias, quando todo o restante da programação já estava acertada. O buggy estava tratado, mas o dia amanheceu bastante nublado, com cara de chuva. As alternativas eram arriscar com o clima ou desistir de conhecer as dunas de Genipabu. Resolvemos arriscar no clima. Levamos umas pancadas de chuva pela cabeça, mas o passeio valeu muito a pena!


Primeira travessia: a barra da Lagoa de Guaraíra, uma lagoa com comunicação ampla com o mar e, por isso, a água da lagoa acompanha a altura da maré.




Esta água linda é  da lagoa. O mar é aquela água mais linda ainda, bem verde, na linha do horizonte.


Nesta foto estão as margens da lagoa mais próximas do mar, mostrando a força da erosão. Devem despencar pedaços disto uma vez por semana, pelo menos!



Já do outro lado da barra, sobre algumas dunas enormes, a vista da lagoa (foto de cima) e do rio que deságua na lagoa (ao lado). A maioria das árvores é cajueiros, que estão por todo lado. A Natureza exuberante impressiona, assim como a quantidade de áreas praticamente intocadas.


A partir daqui, tive dificuldades para escolher as fotos, de tão impressionada que fiquei e de tão espetacular que achei. A foto abaixo me pareceu a melhor para começar, por dar uma espécie de visão geral. Primeiro, areia. Depois, uma espécie de lagoão ou piscinão protegido do mar pelas pedras ao fundo, que formam um quebra-mar. Além das pedras, o mar, que aqui bate forte e levanta ondas bem potentes!
Gente, o quebra-mar não é construído. É natural!!! São quilômetros e quilômetros desta barra de pedras protegendo a costa! Algumas piscinas são permanentes, e ficam mais fundas ou mais rasas conforme a maré sobe ou desce.


Em outros lugares, o mar já perdeu espaço, está preso além das pedras e tem plantas crescendo. Apesar da aparência, a barreira do fundo continua só obra da Mamãe Natureza.





Aqui, plantas e água estão tentando chegar a algum acordo. Esta parte  inunda quase todos os dias, mas as plantas conseguem crescer. A quantidade total de água deve estar diminuindo, eu imagino.


Esta é uma das minhas fotos preferidas, e mostra o quebra-mar com muito estilo! A parte mais alta dele, ao fundo, segura as ondas; a água passa de mansinho e cai feito uma cachoeira na parte mais interna, enchendo a piscina. E, apesar de toda esta maravilha, quase não se vê gente aproveitando. É que é tanta praia, tanto lugar bonito, tanta coisa incomum, que o pessoal simplesmente se espalha, e não é absolutamente difícil conseguir uma foto como esta, sem uma pessoa que seja neste verdadeiro paraíso!









Está vendo? Toda esta beleza... vazia!














Praia seguinte, a mesma coisa. Deserta!






A partir daqui, seguimos pela praia mais um pouco, e depois passamos para estradas internas, longe do mar. A próxima parada importante foi a cidade de Pirangi, onde a principal atração é o maior cajueiro do mundo. Este cajueiro é bem especial e vai ganhar uma postagem exclusiva - ele merece!
Depois de Pirangi, chegamos a Natal, capital do Rio Grande do Norte. Só passamos pela cidade, que fica à beira-mar e tem praias belíssimas. A arquitetura é interessante, os prédios novos são bem, digamos, cheios de personalidade. Estes, em construção, são um bom exemplo.
Aqui, o mar está à direita. Esta área cercada à esquerda é área de preservação ambiental, bastante próxima do centro da cidade.




Mais um monte de praias verdes, com ondas brancas, e vazias, vazias, vazias! 






A cidade, fazendo companhia à praia.








Uma das praias da cidade, com - até que enfim! - gente! Apesar do guarda-corpo atrapalhando, é só olhar com mais cuidado para ver que o onipresente quebra-mar natural está aqui também, aparando as ondas e facilitando a vida dos banhistas.


E esta é a Ponte Nova, sobre o rio Potengi, que corta a cidade de Natal. As dunas de Genipabu são logo adiante, bem perto da cidade.


É ou não é de querer morar numa cidade que tem um mar assim?! E, no fundo da foto, já dá pra ver as dunas.


E aqui, finalmente, as famosas dunas! 
Detalhe: as dunas ficam numa área fechada, e só bugueiros autorizados podem entrar. É enorme, incrível, de tirar o fôlego! Tiramos muitas fotos, mas nem adianta colocar, porque:
1. A claridade é tanta que tira os contrastes e a profundidade da foto, fica tudo meio igual e chapado;
2. Vamos ser honestos: areia é tudo igual e só o que diferencia uma foto da outra são as árvores do fundo! 
Mas, enfim, aí vão as fotos que, na minha opinião, ficaram mais de acordo com o lugar.
Aqui, com o buggy junto, pra dar uma ideia do tamanho.
Mais um monte de dunas. Tem para todos os gostos!



O maridão perto dos "verdinhos" que se vê nas outras fotos, só pra dar uma ideia do tamanho. Estas árvores são, é evidente, cajueiros. É impressionante o que tem de cajueiro neste Estado!


Esta foto foi tirada no topo das dunas, onde estávamos. Nosso guia nos mostrou que, apesar da altura, do Sol e do vento, a areia é úmida logo abaixo da superfície! É o que impede as dunas de saírem voando pra dentro do mar no primeiro vento forte, eu suponho. Mas não faço a menor ideia de como pode ter tanta umidade ali!


Agora, falando de buggies e dunas. Gente, depois da primeira descida, já dá pra saber direitinho porque só bugueiros autorizados podem entrar! A diferença entre diversão e quebrar o pescoço não parece ser muito grande, porque o buggy voa por cima de toda aquela areia! Tem descidas e rampas bem íngremes, de assustar mesmo, e o buggy vai com tudo. Depois da primeira descida, desisti de ficar sentada lá em cima como se vê nos filmes porque, vou te dizer, na descida o tranco não brincadeira e a a sensação que dá é que vai entortar a coluna inteirinha! Fiquei no banco, é mais macio, e foi emoção suficiente pra mim!
Se eu voltaria? CLAAARO! Com toda certeza! Foi simplesmente fan-tás-ti-co!!! Aliás, se depender de mim, um dia eu volto!


E, pra encerrar esta parte, uma observação: estava revisando, relendo e ajeitando tudo antes de dar por pronto, e o que mais vi foi esta gaúcha falando de praia linda e vazia. Definitivamente, é coisa de gaúcho. Como eu já disse, nossas praias tem a cor de Nescau e costumam ser tão geladinhas quanto um picolé de chocolate, de modo que, pra alguém que nasceu e cresceu no Sul, ver praias destas tão vazias chega a ser, sei lá, quase trauma!



domingo, 17 de abril de 2011

De Buggy da Praia do Madeiro até a Paraíba




Passeios de buggy são uma instituição no Rio Grande do Norte. De acordo com nosso bugueiro (motorista do buggy), são mais de 700 buggies no Estado! O motivo são as belíssimas praias que (pasmem!) não tem acesso por estradas, ou tem acesso muito precário. O único jeito de visitar é de buggy, e turista que se preze não deixa de fazer pelo menos um passeio destes. 
Este foi nosso primeiro passeio, para as praias ao sul do ponto onde estávamos. A foto aí de cima foi nossa primeira parada no passeio. Esta praia fica além da praia de Pipa e é famosa porque, antes, era uma praia de nudismo. O nome é Praia do Amor (sugestivo!) e agora todo mundo lá está vestido, quer dizer, tão vestido quanto se vai numa praia!
Notem que a foto foi tirada bem de cima, porque o começo do passeio é todo sobre as falésias.

 
Visão panorâmica das falésias, que se vão litoral afora! É alto, é enorme, e não dá a menor coragem de chegar na beiradinha! Os buggies vão por cima, e as praias vão desfilando lá em baixo, uma mais linda que a outra!


 Falésia, paredão, mar verde, e nada de gente! Foi assim o passeio todo - as praias são quase vazias, gente! Banhista é acontecimento!



Aí as pessoas dos outros buggies, pra terem uma ideia do tamanho da coisa!






O mais perto que a gente se atreveu a chegar da beirada...




E esta vista de lado, para mostrar os patamares e degraus do topo da falésia.

É ou não é coisa de Indiana Jones? Aposto que ele conseguia rolar até lá embaixo sem perder o chapéu, desviava daquele monte de pedras, rolava pela areia e caía de cara na água!

Ainda por cima da falésia, passamos por esta praia de diversos quilômetros. Buggies não podem entrar lá, porque é área de desova de tartarugas.
Aqui já estávamos na praia. Lá longe, o mar; depois, uma linha de pedras; mais perto, esta lagoa de água do mar, que enche quando a maré sobe e esvazia quando a maré desce.

Este foi o primeiro rio que atravessamos. Tem diversos, no percurso.



Nos rios pequenos, se atravessa assim, um buggy por vez.


Nos maiores, é por balsa. Em cada balsa destas, vão 4 buggies e um monte de gente.


 Praia, praia, praia sem gente. Não tem casas, ruas, nada, nem um pescador! Já pensou uma praia destas aqui no RS, a população que ia dar?!

Seguimos passando por quilômetros e quilômetros de praias fabulosas, e encontramos a duna da foto ao lado: areia de 2 cores, uma escorrendo sobre a outra.


Esta duna também é de areia branca por baixo e amarela por cima. A praia inteira é assim!




O efeito do mar, derrubando tudo.





Esta é a praia da areia de 2 cores: Baía Formosa. A foto foi tirada do mirante da cidade - aqui tinha uma cidade! Linda deste jeito, é área de pesca.


Além de Baía Formosa, chegamos a outra praia enorme e desabitada que tinha um ponto de parada: era tipo um quiosque rústico, feito por um pessoal que antes comia tartarugas e agora trabalha na preservação. Lá eles têm ossadas de animais encontradas na praia,
e uma das mais incríveis é esta aí do lado: é a parte de dentro do crânio de um peixe (que, claro, não lembro o nome). Olhem só como é um perfeito Cristo crucificado!




Aqui, mandibulas de tubarão, a "mão" de uma tartaruga, o esqueleto de uma enguia.


Crânios de diversos ETs de um disco voador que caiu na praia.
Brincadeirinha.
São de tartaruga!



Parada seguinte: Lagoa da Coca-Cola, em uma reserva ecológica particular. A lagoa tem este nome por causa da água, que é cor de Coca-Cola.

Viu? Cor de Coca-Cola!
(Nego até o fim que estas pernas brancas sejam minhas!)


Na saída da reserva, foto de cartão postal: mar muito brasileiro digno de Caribe!

Mudou o aspecto da praia. Agora tem pedras e muitas algas que o mar traz e o pessoal recolhe. São exportadas e usadas em cosméticos chiqueterésimos.


O final do passeio é este rio, que faz divisa entre Rio Grande do Norte e Paraíba
Todo mundo ficou olhando o rio e pensando se ia ou não ia. O pontinho branco quase chegando do outro lado é o maridão que, claro, resolveu que ia.

Foi! Olha ele lá!
Um gaúcho invadiu a Paraíba!
Depois foi um povo atrás, inclusive eu. Está vendo a duna grande do outro lado?
Esta é a vista lá de cima. Mar, pedras, areia da praia, e o rio fazendo curvas. Na maré alta, enche tudo. Lado de cá do rio, Paraíba. Lado de lá, Rio Grande do Norte. 


E, para finalizar...!
A LAGOSTA!!!

Na volta, a gente para no restaurante de um gaúcho que serve lagosta grelhada! Só vem a parte comível, ou seja, a cauda aberta - estão à esquerda, no prato. Gente, delícia!!! Devíamos ter pedido só a lagosta, sem o camarão!
Aliás, pensei que ia conhecer lagosta em algum restaurante elegante, com um garçom superalinhado servindo! Mas não, foi na beira da praia, com os pés na areia e o mar logo em frente! Inesquecível!